Insights
Diversidade e inclusão
A Diversidade tornou-se um tema prioritário para muitas empresas. As organizações que seguem a agenda ESG (Meio Ambiente Social e Governança) já entenderam a importância desse assunto e têm procurado incluir, em seus quadros, pessoas de diferentes classes sociais, gêneros e etnias.
Uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que a maioria das organizações sabem da importância dos programas de Diversidade e Inclusão. Cerca de 60% dos entrevistados disseram que o número de pessoas de grupos minoritários aumentou em suas empresas.
É claro que não é apenas a agenda ESG que faz esse tema ser tão relevante. Segundo especialistas, investir na diversidade é um diferencial e pode gerar mais valor para as organizações. Estudos revelam que um ambiente de trabalho mais diverso, com pessoas de origens diferentes, é mais produtivo e inovador.
A teoria de que inovação e diversidade caminham juntas foi comprovada por uma pesquisa publicada na Harvard Business Review. Segundo o estudo, 70% dos entrevistados afirmam que, com a diversidade, a empresa conquistou um novo mercado. Para especialistas, isso acontece porque essas organizações criam ambientes de trabalho onde novas ideias e projetos de mudança são mais incentivados.
Mas, apesar dos benefícios, muitas empresas ainda têm dificuldades para implementar um programa de diversidade eficaz. Colocar o tema em prática não é mesmo tarefa fácil. Para isso, é necessário realizar um planejamento estratégico que vai definir as metas e colocar os objetivos em ação.
De acordo com especialistas, é importante fazer uma pesquisa com dados de representatividade dos colaboradores da organização como: número de mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência, e LGBTQIA+, além de faixa etária e outros aspectos. Além dos dados, para se ter um diagnóstico é necessário fazer algumas perguntas: Existem pessoas diversas em sua empresa hoje? Como elas se sentem? A empresa está preparada para acolher essas pessoas?
Diante da importância do tema, o FGV In Company criou o programa “Implementando Estratégias de Diversidade”, que utiliza uma metodologia própria de aprendizagem, o FGV Action, que engloba 4 etapas: Dica (Descubra, Inove, Construa e Avalie) e os participantes se engajam na tarefa prática de criar um plano de ação para a sua empresa. “A primeira etapa do programa é descobrir os problemas e as oportunidades que afetam as empresas. A partir disso, procuramos inovar e criar ferramentas para aplicar a solução. Ao final, desenhamos as métricas para avaliar a proposta criada”, explica, Gustavo Queiroz, professor do FGV In Company, pesquisador e consultor na área de estudos organizacionais.
O programa é voltado para empresas de diferentes setores e tem além da parte teórica, práticas de criação de planos, atividades de campo em equipe e mentoria. Um dos objetivos, segundo o professor, é ajudar as organizações a cumprirem requisitos do seu público estatégico e as demandas sociais e regulatórias.
Entretanto, para garantir que a transformação realmente aconteça é preciso que o assunto seja discutido em todos os níveis das organizações. Nesse sentido, o RH tem um papel fundamental e estratégico.
Como monitorar os indicadores de diversidade?
Os Indicadores são fundamentais para que as empresas consigam mensurar dados de diversidade de seus colaboradores. A partir desses dados, as companhias podem desenvolver ações e aumentar a diversidade e a inclusão. Mas, como saber se a empresa está no caminho certo? Existem diversos tipos de métricas e a escolha deve estar alinhada com as estratégias de gestão.
Para Juliana Carvalho, professora do programa FGV Action “Implementando Estratégias de Diversidade”, a inovação é um indicador importante de diversidade. “Um dos indicadores mais importantes da diversidade, de forma prática, é a inovação. Ou seja, é aquele conceito que pessoas diferentes têm ideias melhores. Por exemplo, se você está trabalhando em uma área de produto ou de serviço em uma empresa diversa, você gera novos serviços. E isso melhora outros resultados como o financeiro e tem impacto na receita da empresa”.
A especialista explica que outro fator importante para essa avaliação é olhar a aderência às práticas ESG e políticas de diversidade de gênero. “Para avaliar isso é preciso analisar alguns dados como gênero, progressão de carreira dos colaboradores, comparativo de salário, tempo de licença maternidade, e alguns benefícios como o auxílio creche, bolsas de estudo, entre outros”.
Em uma visão macro, também existem outros indicadores como, por exemplo, a maneira que `empresa é percebida pelo mercado, pelo marketing, e até mesmo pela sociedade “Com a evolução desse assunto, os consumidores começaram a prestar mais atenção às ações das marcas. Por isso, é importante verificar e entender os indicadores”, explica.
Juliana reforça que as métricas são importantes, mas as empresas que desejam ter um resultado de mercado, principalmente para os consumidores e o público, em geral, precisam realmente ter um discurso alinhado à prática.
Acesse aqui para ter informações sobre o Programa FGV Action “Implementando Estratégias de Diversidade”.