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Diversidade e Inclusão: temática ganha espaço na educação corporativa
A cultura organizacional é um componente central na construção de um ambiente de respeito, inclusivo e com oportunidades iguais de crescimento. Por isso, a educação corporativa tem tratado cada vez mais da diversidade e inclusão: as organizações precisam estar preparadas para receber a todos e, assim, desenvolver seu potencial para se diferenciar no mercado.
A crescente conscientização da sociedade para tratar dessas demandas também fez com que investidores e consumidores passassem a valorizar organizações que se preocupam com essas questões sociais e isso se tornou uma tendência não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
Inclusão como função estratégica
Debater com os funcionários as questões que tangem diversidade, as peculiaridades desses grupos e sua inclusão no ambiente de trabalho não é apenas um tema social, mas tornou-se uma questão estratégica para as organizações.
Vários estudos organizacionais relatam que ainda há muito o que fazer para construir esse ambiente. Escrito por Luis Alex Silva Saraiva e Hélio Arthur Irigaray, o artigo "Políticas de Diversidade nas organizações: uma questão de discurso" analisou uma empresa multinacional e constatou que os discursos e práticas adotadas com minorias se contradizem. Os principais motivos são o preconceito arraigado dos próprios empregados, permissividade por parte da gestão e políticas de estímulo à diversidade e inclusão voltadas mais para o mercado do que para a sociedade.
Apesar da grande expectativa da sociedade em ver as corporações alinhadas com essa pauta, apenas 21% dos brasileiros entrevistados concordam que existe uma diversidade étnico-racial elevada onde trabalham. É o que diz o estudo Diversity Matters (“Diversidade Importa”, em português) da consultoria multinacional McKinsey, que entrevistou 3.900 colaboradores de 1300 maiores empresas do Brasil, Chile, Peru, Argentina, Colômbia e Panamá.
Diversidade contribui para resultados no negócio
No contexto do mundo atual, é impossível que uma corporação sobreviva sem inovação. A mesma pesquisa citada anteriormente afirma que empresas comprometidas com a diversidade relatam maiores níveis de inovação e colaboração dos funcionários, assim como líderes melhores em promover a confiança e trabalho em equipe. Nesses casos, o estudo concluiu que os colaboradores nessas corporações têm probabilidade:
- 152% maior de declarar que podem propor novas ideias e tentar novas maneiras de se fazer as coisas;
- 77% maior de dizer que a corporação aplica ideias externas para melhorar a performance;
- 76% maior de afirmar que a organização usa o feedback do cliente para atendê-lo melhor;
- 72% maior de afirmar que a corporação melhora consistentemente a maneira como realiza seus processos e
- 64% maior de dizer que colaboram com ideias e práticas melhores.
Adotar medidas de inclusão e diversidade torna-se uma vantagem competitiva que, além de cuidar da integridade física, psicológica e laboral dos colaboradores, também faz a corporação ser bem sucedida. O estudo Why Diversity Matters (“Por que diversidade importa” em português) da Mckinsey relatou isso claramente ao concluir que empresas com forças de trabalho diversificadas racial e etnicamente tem 35% a mais de probabilidade a ter retornos financeiros acima da média nacional, enquanto que as empresas com diversidade de gênero também tem 15%.
A educação é o caminho
Diante desse contexto, a educação corporativa assume uma função estratégica fundamental para todas as corporações que desejam agregar valor à marca, atrair talentos e engajar os stakeholders.
Para isso, o FGV Action criou o programa "Implementando Estratégias de Diversidade", com a metodologia de aprendizado ativa do FGV in Company que prioriza a aplicação prática e orientação da organização por meio de mentorias. O professor Arthur Irigaray foi um dos responsáveis por organizar esse projeto, além de atuar na coordenação do programa, e conta como esses encontros contribuem para a corporação:
”Pensamos em criação de canais de comunicação, treinamentos e workshops em função das peculiaridades de cada organização. As políticas de diversidade melhoram o clima organizacional, aumentam a produtividade e facilitam o trabalho em equipe.”
Segundo Irigaray, é preciso montar estruturas que coíbam comportamentos e práticas discriminatórias. Depois de aplicadas, o que faz essas políticas funcionarem é o comprometimento dos gestores e o engajamento dos colaboradores. A educação corporativa torna o ambiente de trabalho mais justo e, consequentemente, também é uma forma de transformar o país.
Em vista da importância da mudança social na prática, o programa FGV Action Implementando Estratégias de Diversidade, desenvolvido para apoiar as organizações nesta jornada, utiliza a metodologia própria de aprendizagem ativa: DICA (Descubra, Inove, Construa e Avalie).
Primeiro, é preciso descobrir, ou seja, identificar oportunidades e desafios no que tange à diversidade. Então, é possível inovar, criar soluções levando em consideração as estruturas, processos, a cultura e o clima de cada organização. Depois, constrói-se políticas de acordo com as peculiaridades de cada organização para então avaliar os resultados do que foi desenvolvido.
Cases de sucesso: organizações proativas saem à frente
A construção de cases de sucesso em diversidade requer uma ação proativa, como o caso da Magazine Luiza que privilegiou a contratação de trainees afrodescendentes e trouxe para a marca um propósito maior que se sobressai no mercado. Outros exemplos de organizações que adotaram esse tipo de medida foi a sorveteria Il Sordo, em Aracaju, comandada somente por surdos; franquias do Mundo Verde que contratam apenas grupos minoritários e Utopiar, que produz moda em parceria com mulheres que estão superando a violência doméstica.
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