GV-executivo e FGV In Company reúnem lideranças femininas para debater sobre mercado de trabalho

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Insights

03/04/2023

GV-executivo e FGV In Company reúnem lideranças femininas para debater sobre mercado de trabalho

No mês de março a revista GV-executivo mudou de nome para GV-executiva. O caderno especial digital sobre mulheres na liderança contou com a participação de várias personalidades do mundo corporativo. Para celebrar o lançamento desta edição digital, a revista em parceria com o FGV In Company, realizou um debate que tratou de temas como empreendedorismo, equiparação salarial, representatividade nos conselhos de administração, diversidade, entre outros. 

A professora titular da FGV EASP coordenadora do Núcleo de Estudos de Organizações e Pessoas (NEOP), Maria José Tonelli, explicou que os assuntos foram escolhidos com base em pesquisas e questões atuais enfrentadas pelas mulheres no mercado. “Essa é uma edição histórica da revista e escolhemos temas relevantes do mundo corporativo”. A professora ressaltou que esse é um momento de mudanças estruturais e isso reflete também nas organizações.  

Entre os principais desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho está a questão do tempo. A dupla jornada, principalmente quando envolve a maternidade, não pode ser pormenorizada. Maria José lembrou que as mulheres começaram a trabalhar fora por volta dos anos 1950 e 1960 e que mesmo assim, até hoje, continuam sendo responsáveis pelas obrigações domésticas. “Cerca de 80% do trabalho doméstico é majoritariamente feito por mulheres e além de não ser compartilhado não tem valor social”.  

Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), conta que trabalhou 17 anos no mundo corporativo e que sofreu muita discriminação, por ser mulher e de origem negra. Apesar da estabilidade, pediu demissão porque não queria mais viver nesse ambiente. A empreendedora falou da importância da educação e lembrou que as mulheres ainda ocupam muitos cargos em áreas de humanas. “Precisamos mostrar para as meninas, desde cedo, que elas podem ocupar os cargos que quiserem. Não existe isso “coisa de menino” ou “coisa de menina”.  

Ana falou ainda sobre a importância da diversidade nas empresas e das iniciativas que ajudam a fortalecer o empreendedorismo para que tenhamos uma sociedade mais equilibrada e menos desigual. “Na RME a gente oferece cursos de capacitação com os mais diversos focos, que variam desde habilidades para desenvolver o negócio até o autoconhecimento e mentoria, que é importante para o ambiente corporativo e para o acompanhamento da jornada dessa mulher”, explicou.  

Dilma Campos, CEO da agência Outra Praia e head de ESG da B&Partners, tratou sobre o racismo estrutural. “A grande barreira que as mulheres negras ainda encontram para estar nos cargos de liderança é o racismo. A nossa sociedade é construída em cima da exclusão”, lamentou. A boa notícia, segundo a executiva, é que as mulheres que conseguem ascender a esses postos criam uma rede de apoio e ajudam outras mulheres.  

O bate-papo foi mediado pela jornalista Adriana Wilner coeditora - chefe da GV-executivo e contou com a participação de Cristina Kerr, CEO da consultoria CKZ Diversidade, que falou sobre inclusão e os vieses inconscientes de gênero, que fazem com que as mulheres enfrentem dificuldades na carreira. Já Deborah Wright, conselheira do Banco Santander e do Instituto Brasileiro Governança Corporativa - IBGC, que também é uma das autoras dos artigos da revista, tratou sobre a presença feminina nos conselhos de administração.  

Adriana Carvalho, CEO da Generation Brasil, delegada brasileira no Grupo de Engajamento das Mulheres no G20,destacou a necessidade de políticas públicas para mudar essas questões estruturais. “Precisamos de apoio do governo para assegurar creche e melhorar serviços que cuidem da saúde das mulheres, por exemplo. A participação da sociedade civil também é fundamental pois não podemos esperar que só o governo tenha atitude”, finalizou.  

Assista ao debate completo Mulheres na liderança promovido pela GV-executiva e pelo FGV In Company.