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Métodos Ágeis e Tecnologia no Gerenciamento de Projetos
O uso de métodos ágeis e tecnologia na Gestão de Projetos não é novidade, mas atualmente a difusão das metodologias ágeis nas organizações tem se intensificado, apontando para um cenário organizacional cada vez mais inovador e digital.
As motivações por trás do uso de métodos ágeis são muitas, e têm a ver com a adaptação a um mundo corporativo cada vez mais mutável e competitivo. Conversamos com o professor André Barcaui - membro fundador do PMI Rio, e coordenador do MBA em Gerenciamento de Projetos da FGV, sobre as metodologias ágeis e suas aplicações dentro das organizações. “Mais do que métodos, a mentalidade por trás disso é o mais importante: colocar o cliente na frente de tudo (customer centric), reduzir desperdício, trabalhar com colaboração, com transparência, ter aprendizagem contínua.”
Área tecnológica como pioneira
Foi na área tecnológica que a metodologia ágil provou seu valor, descomplicando processos e otimizando resultados. Foram as empresas de software que permitiram inicialmente a testagem do modelo ágil de trabalho, que trouxe à tona a mentalidade de que o cliente deve ser o centro da organização. Mais do que agilidade, as práticas ágeis permitiram a adaptabilidade das organizações, característica notável e intrínseca às instituições perenes no mercado.
Inovação e adaptação
A tecnologia foi também, a responsável por catalisar o processo de mudança na forma como os consumidores se relacionam com as marcas e organizações. Quando se fala de inovação e adaptabilidade, é importante deixar claro que esses valores precisam ir além da simples implementação de tecnologia no dia a dia empresarial. Eles se referem a implementação de uma cultura que respira novos ares, que propõe uma nova mentalidade que deve ser absorvida por líderes e equipes. Em termos práticos, o uso de frameworks ágeis como o Scrum, Extreme Programming (XP) ou Kanban, não funcionam isoladamente, sem que o cliente seja posto como foco principal.
Transformação na Gestão de Projetos
Para o professor, a mentalidade por trás da metodologia ágil é onde podemos encontrar o maior valor da prática. E quando se trata do gerenciamento de projetos, a metodologia ágil revolucionou a maneira como os processos, as hierarquias e o trabalho estavam estabelecidos: “Ainda que exista e continuará sempre a existir espaço para projetos preditivos, a complexidade inerente ao mundo de hoje não pode ser tratada com métodos tradicionais, onde você tem um mega planejamento e estimativas super-elaboradas (...) Atualmente você testa, e na medida do teste você aprende, e testa novamente".
Vantagens da metodologia Ágil
Toda a força de trabalho também é beneficiada com a aplicação dos valores ágeis. De acordo com André Barcaui, três principais frentes são favorecidas dentro das equipes que trabalham com metodologias ágeis:
- Motivação e propósito: que tem a ver com como as equipes enxergam o próprio trabalho, percebendo valor e propósito nas funções executadas que estejam alinhados com seus valores pessoais.
- Maestria: que se refere a capacidade de se interessar em aprender e se especializar para executar o trabalho de forma cada vez melhor, crescendo dentro da área na qual atua.
- Autonomia: que delega poder às equipes, acreditando que os envolvidos em um determinado processo são os mais capacitados para modificá-lo e gerenciá-lo.
“Para a equipe isso é muito bom, é um ambiente que inspira mais confiança, mais transparência, mais colaboração... E eu vejo isso como uma tendência. (...) Para a equipe é muito bacana a prática ágil, ela fomenta autonomia”
Mudança na cultura
Como vimos, a agilidade não está associada apenas à rapidez, mas é um processo que exige a mudança de mindset das organizações como um todo. Para as empresas nativas digitais, a mentalidade ágil já faz parte do DNA. Para outras, grandes organizações já estabelecidas no mercado, o percurso pode ser mais desafiador. “Para algumas empresas essa é uma mudança muito radical, elas estão aprendendo, estão se adaptando, (...) o mundo no qual a gente vive pede adaptação. Você ainda tem planejamento, e vai ter para sempre, mas adaptação é uma característica Darwiniana (...) de fato o mundo é daqueles que se adaptam, e no nível organizacional também.”, afirma o professor.
Qual é o método ágil ideal?
São muitos os fatores que influenciam na escolha de um framework ágil a ser implementado. O quanto o escopo e a tecnologia envolvida no projeto são conhecidos, o grau de participação dos stakeholders, o tipo de contrato e entrega, como as mudanças são encaradas no projeto. São muitas as variáveis, mas para André Barcaui, o ponto de partida da escolha deve ser a cultura da organização:
“O ponto principal, que não pode ser jamais menosprezado, e deve ser o ponto de partida inclusive, é a cultura, o contexto da organização. (...) A partir dela você adapta o que você precisa em termos de método. Cada uma tem um contexto que precisa ser respeitado, e então você adapta aquele método, framework ou modelo para a cultura organizacional.”
Um dos modelos de referência que o professor indica, seria o Disciplined Agile® Delivery (DAD), framework desenvolvido pelo instituto PMI, que seve como um fluxograma que ajuda organizações a optar pela abordagem de desenvolvimento mais adequada à sua organização. O FGV In Company, auxilia no desenvolvimento e prática da educação corporativa, encontrando soluções exclusivas para os desafios que sua organização enfrenta.
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