A nova liderança em um novo contexto. A Reunião Anual da Academy of Management em Boston, nos EUA, discute sobre gestão e o papel do líder em um mundo de transformações

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Insights

05/10/2023

A nova liderança em um novo contexto. A Reunião Anual da Academy of Management em Boston, nos EUA, discute sobre gestão e o papel do líder em um mundo de transformações

Em um mundo com tantas incertezas, aceleração tecnológica e uma nova dinâmica geopolítica, as organizações são desafiadas a se modificarem. Mas, qual será o perfil da nova liderança diante dessa transformação? Esse foi um dos principais temas discutidos na 83ª Reunião Anual da Academy of Management, realizada em agosto deste ano, em Boston, nos Estados Unidos.

O evento reuniu 13 mil pesquisadores e professores de administração do mundo todo. A Fundação Getulio Vargas foi representada por um time de 30 profissionais entre eles, Anderson Sant’Anna, professor Departamento de Administração e Recursos Humanos da FGV EAESP, Marcelo Romani, Coordenador de Projetos do FGV In Company, e João Lins, Diretor Executivo do FGV In Company. Durante cinco dias, os participantes tiveram a chance de expandir a pesquisa e aprofundar o conhecimento sobre os desafios relacionados à gestão e às organizações.

Os insights do congresso também foram discutidos aqui no Brasil no webinar “Liderança para um novo tempo”, realizado pelo FGV In Company. Segundo especialistas, a tecnologia e o impacto do uso de ferramentas como o Chat GPT estão no centro das preocupações das empresas. “A tecnologia trouxe uma grande contribuição e a análise de dados, por exemplo, libera os gestores para terem mais tempo e pensar na estratégia”, avalia Marcelo Romani. Para o professor, ainda existem alguns desafios relacionados às questões éticas e regulatórias, mas, é preciso focar nas oportunidades.

Na visão de João Lins, a inteligência artificial está mudando a realidade dos negócios. “Essa ferramenta deve ser incorporada ao perfil da liderança como um novo instrumento de aceleração de eficiência, tomando todo cuidado com os riscos que a tecnologia representa”, comenta.

Além disso, é consenso que o papel do líder tem se modificado nesses últimos anos. Para Anderson Sant’Anna, a liderança passa a ser mais compartilhada, ou seja, deixa de ser “vertical” para ser “horizontal”. “Os novos líderes devem favorecer a criatividade, a inovação e a colaboração”. Os professores destacaram a importância do aprendizado com a própria experiência. Segundo João Lins, a experiência de um líder é muito rica, mas, às vezes, falta tempo para a reflexão.

A prática do mindfulness, foi defendida pelos especialistas como importante recurso para ajudar os CEOs na atenção e no controle das pressões diárias. De acordo com Marcelo, o chamado “capital espiritual” deve ser levado em consideração. “Ao contrário do que muitos pensam, o capital espiritual não tem relação com religiões, seitas e crenças e sim com questões que envolvem propósito e valor e que podem influenciar os colaboradores”, explica.

A diversidade também esteve na pauta do debate. Marcelo ressalta que o tema deixa de ser uma questão de legislação e passa a fazer parte da estratégia das organizações. “Uma boa gestão da diversidade pode gerar mais vantagem competitiva. Na minha visão, o grande potencial está na geração de ideias e isso significa mais inovação”, finaliza Marcelo.

Confira o debate “Liderança para um novo tempo” realizado pelo FGV In Company aqui.