A transformação digital e o papel central do RH

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Insights

15/03/2023

A transformação digital e o papel central do RH

A transformação digital tem provocado uma revolução nas organizações do mundo todo. A integração e otimização dos procedimentos, por meio da utilização da tecnologia, em diversos setores tem causado mudanças importantes na maneira como as empresas trabalham e na geração de valor aos clientes.  

No setor de Recursos Humanos, a transformação digital também é uma realidade. As novas tecnologias, incluindo a Inteligência artificial, tem ajudado na tomada de decisões e no aprimoramento dos processos internos. A utilização dessas ferramentas, também tem facilitado o recrutamento e a seleção de colaboradores, e ajudado no monitoramento de alcance das metas, e até a antecipar problemas relacionados à gestão de pessoas.  

Sem a rotina burocrática, o RH fica mais ágil e as organizações passam a ter mais tempo e possibilidades para análise de informações. Nesse contexto, o RH tem um papel estratégico de integração com outras áreas, ajudando no direcionamento do negócio, sem esquecer do olhar específico para os colaboradores.  

Entretanto, toda essa transformação exige uma mudança de cultura dos líderes e das equipes, que devem pensar em ações inovadoras para o time e para os clientes. Para Marcelo Porto Fernandes professor novas tecnologias aplicadas a gestão de pessoas da FGV, o RH digital deve ir além do uso de novas ferramentas e construir uma cultura focada na inovação. “O RH digital pode ajudar as demais áreas da organização a melhorarem seus indicadores. Além disso, deve-se focar mais na jornada e menos no processo”, explica.  

Para ajudar as organizações nessa transformação e atender a essa demanda, o FGV In Company criou um programa de educação exclusivo para profissionais da área. O curso RH: Criando as organizações do futuro tem três módulos e é destinado aos profissionais sêniores de RH com potencial para assumirem posições de liderança.  

O programa é baseado em estratégia de aprendizagem ativa, com estudos de caso, onde os participantes são protagonistas do processo. O curso é oferecido na modalidade blended, ou seja, presencial e on-line, com mediação de conteúdos e compartilhamento de experiências. Os participantes são acompanhados por uma mentoria para ajudar a identificar dificuldades e estimular o autoconhecimento. Rodrigo Troiano, diretor de Talento e Cultura da Coca-Cola considera o papel do RH estratégico nesse ambiente de mudanças. Ele participou do curso realizado pelo FGV In Company em 2022. “Eu tive a oportunidade de ter aulas com professores que são referências nas suas áreas de atuação e que lideraram debates importantes sobre diversos temas de RH. Eu Sinto que adquiri habilidades e conhecimentos que serão relevantes para aplicação no meu trabalho e que, certamente, me apoiarão na construção do RH do Futuro na minha empresa”, avalia  

3 estágios da transformação digital no RH  

A pesquisa “Global Human Capital Trends 2021”, realizada pela Deloitte, revela que a pandemia acelerou a transformação digital nas empresas e aumentou a necessidade de mudanças na área de recursos humanos.  

De acordo com Marcelo Porto Fernandes, professor de novas tecnologias aplicadas a gestão de pessoas da FGV, a transformação digital tem pelo menos 3 estágios: O primeiro, é a parte tecnológica, que envolve a digitalização e a automatização de processos. No caso da inteligência artificial, ou uso do people analytics, as informações levantadas permitem que o RH utilize os dados sobre pessoas para guiar suas decisões. A ferramenta também pode ser utilizada na triagem de currículos e avaliação de candidatos por meio de algoritmos. Com relação a capacitação, treinamentos e desenvolvimento, a inteligência artificial pode ser usada para avaliar os gaps dos colaboradores e até indicar cursos e formas de atualização.  

O segundo estágio é a transformação das funções. O professor explica que toda essa tecnologia vai impactar em outras áreas da empresa, como finanças, RH, supply chain, atendimento ao cliente, etc. Por isso, a capacitação dos colaboradores será fundamental. Marcelo ressalta que os termos Upskilling e reskiling, utilizados para aperfeiçoamento ou reciclagem profissional, são importantes para essa jornada digital. O conceito pode ser aplicado tanto para quem quer aprender novas habilidades e melhorar o desempenho no mercado de trabalho, quanto para quem precisa ocupar uma nova posição.  

O terceiro estágio é a mudança de mindset. De acordo com o professor, para se chegar até a transformação digital, é importante que exista uma transformação cultural.“São eventos interligados e essa mudança cultural é fundamental para que a empresa consiga convencer e mostrar aos funcionários a importância da digitalização para o negócio”, conclui. E nesse sentido, só com o esforço e a participação da liderança é que essa nova cultura poderá ser disseminada pela empresa.